sábado, 16 de julho de 2011

Como é Fácil entrar no Condomínio...

Certo dia, a moradora do apartamento x, que mora com o seu filho e sua mãe, chegou pelo portão social com várias pessoas.
A mãe desta moradora requer cuidados especiais, então estas várias pessoas a ajudavam a se locomover. O sempre gentil porteiro abriu o portão para que o grupo de pessoas entrasse, pois todas acompanhavam e ajudavam na locomoção da moradora do apartamento x.
Após a passagem do grupo de pessoa, a portaria voltou ao normal e o silêncio imperava naquela noite.
Passado alguns minutos, o silêncio fora quebrado por um pequeno tumulto envolvendo o filho da moradora e um dos acompanhantes, xingando, brigando e expulsando do condomínio uma terceira pessoa, que apesar da pressão, obediente deixava o condomínio.
O gentil porteiro imaginou, mais um caso de briga entre família. Os dois responsáveis pela expulsão retornaram ao seu apartamento e o silêncio na portaria voltara a imperar.
No outro dia fui surpreendido pela moradora do apartamento x me questionando sobre a segurança do condomínio, me acusando, me ameaçando e tudo mais que um síndico pode sofrer de pressão e, pior, como sempre, sem entender o que estava acontecendo.
Ela me dizia que uma pessoa alcoolizada havia entrado no condomínio e que o porteiro havia deixado. Ainda aos berros dizia: “e se fosse um assaltante”? Mande o porteiro embora.
Calmamente pedi um tempo para averiguar o ocorrido e depois a retornaria e tomaria todas as medidas possíveis para a segurança do condomínio.
Quando fui conversar com o gentil porteiro, comecei a entender o outro lado do cenário, ou seja, o porteiro disse, pararam dois carros, uma pequena aglomeração de pessoas se formou e o cidadão alcoolizado se misturou aos acompanhantes da moradora do apartamento x, não sendo possível identificar se todos a estavam acompanhando. Uma vez que a moradora nada dissera a ele.
Por outro lado, a moradora, também não conhecia o cidadão alcoolizado e pensou ser um morador do condomínio, percebendo que não o era, somente quando entrou em seu apartamento o questionou.
Acho até que o cidadão alcoolizado estava com boas intenções em ajudar alguém com necessidades especiais.
Independente do cenário anormal que vivenciamos, orientei ao porteiro que sempre questionasse aos moradores se todas as pessoas estão os acompanhando para evitar futuras confusões. Tivemos sorte, apesar das broncas que levei.
Meus amigos, ser síndico não é mole....ou é?

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Onde Foi Parar os Meus Materiais?

Certo dia fui chamado à portaria, era a senhora do apartamento X. Uma senhora muito simpática, com 88 anos de idade e que mora sozinha.

No passado esta senhora havia feito uma reforma em seu apartamento, onde fora trocado o piso frio. Como sempre sobram algumas peças, estas foram guardadas num local apropriado que todos os moradores têm aqui no prédio.

Este local é um corredor comprido com vários espaços onde, alguns moradores construíram armários com portas e outros simplesmente demarcaram com riscos nas paredes identificando o seu espaço.

Este corredor não tem controle de acessos, câmeras nem nada, quem construiu armários e colocou portas, tem seus objetos protegidos, quem não o fez, não foi e nem é obrigado a fazer, mas o condomínio não tem como garantir que algo fique seguro. Cada proprietário avalia como quer guardar seus objetos.

Por azar, naquele dia, a moradora do apartamento x, com 88 anos de idade, estava muito nervosa, expondo o seu problema. Fiquei assustado, pois antes de entender o que havia acontecido, já fui agredido verbalmente por aquela simpática senhora, na qual ninguém tem coragem de revidar.

Passado alguns palavrões, algumas ofensas contra mim e demais moradores do condomínio, as risadas de longe do meu amigo porteiro e alguns moradores que passaram durante o “barraco”, fui começando a entender.

Por alguma razão, a senhora do apartamento x estava precisando de algumas peças de seu piso e não havia as encontradas no tal corredor. Ela não havia feito o armário.

Nem tentei explicar para ela que aquilo não é um problema do síndico e sim um caso onde era teria que fazer um boletim de ocorrência e, muito menos, que o condomínio não era responsável pela guarda dos objetos naquele local.

A senhora me impôs que eu visitasse apartamento por apartamento e verificasse quem havia se utilizado do piso dela.

Estrategicamente pedi alguns dias para resolver o problema, ela me deixou na portaria e foi para o seu apartamento. O meu amigo porteiro morria de rir (@&$!!!!).

Não sabia o que fazer e apenas me organizei para conversar com a filha dela, que não mora no prédio, para explicar o que ocorrera e encerrar o assunto, eis que o meu amigo porteiro deu um pulo até o corredor e encontrou diversas caixas de piso num canto qualquer.

Alguns dias depois, chamamos a senhora do apartamento x e a levamos até os pisos encontrados e, por sorte, se tratavam dos dela. Ela ficou muito agradecida e me perguntou como eu os havia encontrados. Foi quando tive a oportunidade de dizer que fiz o que ela havia pedido, procurado apartamento por apartamento até encontrá-los, mas não iria dizer o nome do morador, que nem existia, para evitar problemas de relacionamentos. Ela concordou, ficou muito feliz e, sua filha, até hoje me elogia pela postura....(????)

Meus amigos, ser síndico não é mole....ou é?

domingo, 3 de julho de 2011

A sorte a Favor do Síndico

Certo dia, ao chegar no estacionamento do Condomínio, próximo ao elevador, um grupo de pessoas revoltadas vieram em minha direção, o problema? O problema era que em frente ao Condomínio, muitos carros, que não tinha nada a ver o mesmo, ficavam estacionados.
Tem coisas que não vale nem a pena ficar dialogando, as pessoas acham, e pronto!  A realidade é que o Síndico, só tem ações sobre problemas que ocorrem da calçada para dentro do Condomínio. Estacionar carro na rua em frente ao Condomínio, além de não ser proibido, não está na alçada dos Síndicos.
Como sabia que não valia à pena discutir com o grupo, fiquei ouvindo atentamente suas argumentações, que eram sobre as dificuldades de estacionar quando vinham visitas, quando alguém estava com pressa de entrar e sair do Condomínio, quando alguém com dificuldade de locomoção precisava parar em frente ao prédio, e muitas outras.
Como não podia fazer nada e, o grupo, queria uma resposta e, com o clima estressado que havia se tornado, usei umas das táticas que sempre uso como Administrador de Empresas. Ganhar tempo. Então dialoguei calmamente com os “rebeldes” e prometi a eles que iria estudar uma solução, mas precisava de um tempo para resolver.
Na realidade não tinha o que ser resolvido, o que eu tinha que fazer era arrumar um jeito, em outro momento, onde os ânimos estivessem mais serenos, de explicar aos “rebeldes” que a vida é assim mesmo e o Síndico, neste caso, nada pode fazer.
Mesmo assim me informei sobre os tais carros e descobri que se tratava de uma empresa que ficava na mesma rua do Condomínio. Fui até lá conversar com eles e tentar uma negociação, quando fui surpreendido positivamente.
- Entendo o seu problema, mas em algumas semanas estaremos mudando, e tudo isto vai acabar. – Disse o responsável pela empresa.
Passado alguns dias, reuni os “rebeldes” e disse:
- Estou resolvendo o problema, com “mãos-de-ferro”, mesmo sendo legal eles estacionarem ai, eu vou dar um jeito, me dêem um tempo!
Passada algumas semanas, a empresa se mudou e, junto, o “problema” dos carros estacionados em frente ao Condomínio.
Foi muito interessante como, sem fazer nada, passei a ser um modelo de pessoa que resolve problemas, muitos elogios, alguns por escrito no livro de ocorrências, as fofocas dos meus amigos porteiros só me retratavam coisas positivas, etc.
Meus amigos, ser síndico não é mole....ou é?