Certo dia fui chamado à portaria, era a senhora do apartamento X. Uma senhora muito simpática, com 88 anos de idade e que mora sozinha.
No passado esta senhora havia feito uma reforma em seu apartamento, onde fora trocado o piso frio. Como sempre sobram algumas peças, estas foram guardadas num local apropriado que todos os moradores têm aqui no prédio.
Este local é um corredor comprido com vários espaços onde, alguns moradores construíram armários com portas e outros simplesmente demarcaram com riscos nas paredes identificando o seu espaço.
Este corredor não tem controle de acessos, câmeras nem nada, quem construiu armários e colocou portas, tem seus objetos protegidos, quem não o fez, não foi e nem é obrigado a fazer, mas o condomínio não tem como garantir que algo fique seguro. Cada proprietário avalia como quer guardar seus objetos.
Por azar, naquele dia, a moradora do apartamento x, com 88 anos de idade, estava muito nervosa, expondo o seu problema. Fiquei assustado, pois antes de entender o que havia acontecido, já fui agredido verbalmente por aquela simpática senhora, na qual ninguém tem coragem de revidar.
Passado alguns palavrões, algumas ofensas contra mim e demais moradores do condomínio, as risadas de longe do meu amigo porteiro e alguns moradores que passaram durante o “barraco”, fui começando a entender.
Por alguma razão, a senhora do apartamento x estava precisando de algumas peças de seu piso e não havia as encontradas no tal corredor. Ela não havia feito o armário.
Nem tentei explicar para ela que aquilo não é um problema do síndico e sim um caso onde era teria que fazer um boletim de ocorrência e, muito menos, que o condomínio não era responsável pela guarda dos objetos naquele local.
A senhora me impôs que eu visitasse apartamento por apartamento e verificasse quem havia se utilizado do piso dela.
Estrategicamente pedi alguns dias para resolver o problema, ela me deixou na portaria e foi para o seu apartamento. O meu amigo porteiro morria de rir (@&$!!!!).
Não sabia o que fazer e apenas me organizei para conversar com a filha dela, que não mora no prédio, para explicar o que ocorrera e encerrar o assunto, eis que o meu amigo porteiro deu um pulo até o corredor e encontrou diversas caixas de piso num canto qualquer.
Alguns dias depois, chamamos a senhora do apartamento x e a levamos até os pisos encontrados e, por sorte, se tratavam dos dela. Ela ficou muito agradecida e me perguntou como eu os havia encontrados. Foi quando tive a oportunidade de dizer que fiz o que ela havia pedido, procurado apartamento por apartamento até encontrá-los, mas não iria dizer o nome do morador, que nem existia, para evitar problemas de relacionamentos. Ela concordou, ficou muito feliz e, sua filha, até hoje me elogia pela postura....(????)
Meus amigos, ser síndico não é mole....ou é?
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Amigo, parabéns pelo blog.
ResponderExcluirE ser síndico não é nada fácil! Nada mesmo!
O problema é que cada cabeça tem uma sentença. É muito difícil agradar a todos.
Depois, se puder, dê uma olhada nos problemas que passamos em nosso condomínio. (http://wjuniorr.blogspot.com/2011/06/ed-meridian-vs-acessibilidade-vs-orgaos.html)
Parabéns pelo blog.
Recebam um forte e cordial abraço,
Do colega,
Walter Costa Junior